sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

A Felicidade Sublime

Hoje é um dia normal. Eu passo as camisas que ele lavou ontem. Tudo bem banal.
Eu vejo as plantas regadas, observo pela janela aberta, sinto o doce cheiro da água de passar que fiz, vislumbro minha casa tranquila e ouço a música celta completar o espaço vazio.
Tudo normal.
Sem prêmios da loteria, sem carro importado, sem piscina, sem luxo nenhum. Não sou celebridade, socialite ou famosa de TV. Não sou artista, nem empresária, não uso salto, não tenho silicone, não vou em cabeleireiro.
Enquanto estou aqui passando roupa, deixo meus sentidos absorverem tudo: o cheiro, a claridade, a umidade das plantas, o som suave da música, a leveza da casa. E sei agora que não preciso ser nada mais.
Quando seus sonhos se moldam em realidade, a felicidade se torna sublime. Não é preciso comemorar, nem gritar ou rir. A gente só enxerga a felicidade sublime nas sutilezas da realidade palpável. Se os sonhos agora são camisas, e janelas, e plantas, e cheiros, e sons, tenho que ter a humildade de absorver.
O concreto esconde o sonho, mas tudo que preciso está aqui.